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Há alguns anos, o senso comum dizia que os impactos ambientais na construção civil eram muitos e não existiam alternativas para melhorar aquela situação.
Com o passar do tempo e o aumento da crise climática mundial, muitas empresas começaram a pensar em soluções para tornar as obras mais sustentáveis.
Constantemente, vemos marcas preocupadas em oferecer para seu público, conceitos voltados para a preservação do meio ambiente. Por sua vez, o consumidor está disposto a pagar mais, desde que seus ideais estejam em sincronia com os propósitos das empresas.
Na construção civil isso não é diferente. Hoje, muitas empresas deste ramo procuram mudar seus processos para aderir a soluções que diminuam os impactos ambientais em pequenos, médios ou grande projetos.
Este novo movimento de mercado está ligado ao ESG (Enviromental, Social e Governamental)– em português, governança ambiental, social e corporativa). Ele nasceu de uma iniciativa da ONU, relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS e se tornou sinônimo de responsabilidade socioambiental e credibilidade para as empresas.
Porém, para entender mais sobre isso, precisamos saber quais são os principais motivos que fazem o ramo da construção ser uma das principais atividades que provocam impactos ambientais.
Mesmo em obras licenciadas, se a empresa não ficar atenta, poderá causar danos a biodiversidade local. A preservação ambiental deve ser uma pauta importante, para que a destruição de áreas verdes não aconteça, nem que recursos naturais sejam utilizados de maneira irresponsável.
Analisar uma única obra pode não fazer tanta diferença, mas quando pensamos em um projeto com grandes edificações, a conta aumenta consideravelmente.
Infelizmente, é comum notar coisas como:
Atitudes que, à primeira vista, parecem inofensivas, transformam-se em problemas substanciais quando consideradas em grande escala.
A construção civil é uma das principais atividades geradoras de resíduos, ao lado da indústria de alimentos e usinas. Isso acontece, sobretudo, pelo consumo em larga escala de recursos naturais não renováveis, como o petróleo, matéria-prima do diesel utilizado em máquinas de grande porte, como retroescavadeiras e motoniveladoras.
Conforme a resolução CONAMA nº 307, podemos dividir os tipos de resíduos em quatro classes, conforme sua possibilidade de reaproveitamento:
Dentro dessas classes encontramos plásticos, solventes, tijolos, telhas, concretos, entre outros produtos que, se encaminhados para um local não adequado, impactam negativamente a biodiversidade local.
Caso não seja possível reutilizar ou reciclar o material, ele deve ser direcionado para o aterro sanitário apropriado. Normalmente, cada cidade tem um lugar específico para esses descartes. Se o resíduo for prejudicial, como tintas e solventes, ele deve ser encaminhado para aterros industriais.
Você sabia que os toaletes portáteis, aqueles usados para estruturas sanitárias temporárias nos canteiros de obras, também precisam de uma empresa licenciada pelo órgão ambiental responsável para o transporte e descarte dos resíduos?
Agora que você já conhece os principais fatores que causam impactos ambientais na construção civil, chegou a hora de te dar dicas de atitudes sustentáveis. Vamos lá?
Na construção são utilizados diversos recursos naturais, tais como água, areia, madeira e minerais. Por isso, é importante que a empreiteira busque por certificações que mostrarão a sociedade sua preocupação com a sustentabilidade.
O selo ESG, por exemplo, é o mais relevante atualmente. Uma das formas de consegui-lo, é descobrir qual ODS está mais alinhada ao seu propósito e trabalhar para que aquele critério seja colocado em prática. Além da instituição estar conforme os parâmetros sociais e de governança.
Estima-se que 21% da água tratada do mundo é direcionada para os canteiros de obra. Uma das possibilidades para que essa situação seja amenizada, é a criação de cisternas e sistemas de reaproveitamento da água da chuva.
A criação de poços artesianos também pode ajudar. No entanto, a empresa responsável deve ser registrada no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e possuir maquinário especializado. Vale ressaltar que para fazer os poços, deve-se solicitar a autorização de perfuração ao órgão estadual responsável. Sem essa autorização, o responsável pode ser multado pela Política Nacional de Recursos Hídricos ou até ser levado a detenção se for considerado um crime ambiental.
Há alguns anos, o custo elevado dos insumos eco friendlies impossibilitava seu uso nas obras. Contudo, esses materiais estão ficando cada vez mais acessíveis. Isso é ótimo, não é mesmo?
Conheça alguns destes materiais:
Madeira de demolição
Essa madeira pode ser retirada de uma construção e ser reposicionada em outro projeto. Também pode ser utilizada como matéria-prima para a criação de um novo móvel, ou até mesmo, um objeto de decoração.
A madeira reutilizada ajuda a diminuir o desmatamento, já que novas árvores não precisam ser cortadas para que o projeto aconteça.
Tijolos de terra compactada
Mais conhecido como tijolo ecológico, é feito de areia, água, cimento ou cal e comprimido em prensas mecânicas. Este material é utilizado há muitos anos. Inclusive, é possível vê-lo na grande Muralha da China.
Você sabia que, ao optar por este tipo de material, evita-se o consumo de lenha para o cozimento do tradicional tijolo cerâmico? Legal, né!
Container
Os containers habitáveis são uma ótima opção para reduzir impactos na construção civil, já que durante o projeto podem ser utilizados em áreas de vivências como escritórios, almoxarifados, refeitórios, alojamentos e outras opções. É muito mais econômico e rápido, já que não é uma construção permanente.
Mas é bom você ficar atento!
Sabia que existe uma categoria destes equipamentos que não podem ser utilizados para o convívio humano em projetos itinerantes, como nos canteiros de obras?
Segundo a nova NR18, os containers marítimos estão proibidos de serem utilizados para determinadas finalidades.
Utilizar materiais sustentáveis, desde o início, transforma seu projeto. Busque também adequações em sua obra para que outras soluções sejam feitas, mesmo quando a construção estiver finalizada, como:
O progresso acontece aos pouquinhos, mas se aperfeiçoa diariamente. No segmento da construção civil isso não é diferente! Com recursos mais sustentáveis e reduzindo os impactos ambientais de maneira efetiva, a transformação ocorrerá.
Por isso, fique atento as novidades para oferecer aos projetos a qualidade esperada, conhecendo novas perspectivas, novos materiais e formas de execução.
Os impactos ambientais nestes ramos ainda são muitos, mas com os processos corretos é possível mudar essa realidade. Com muito trabalho, podemos fazer com que o setor saia do ranking dos que mais prejudicam, para os que mais se preocupam com a natureza. Vamos juntos nessa? 😉
